quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Saga do Bunny- parte IV o final

Depois de uma hora e pouco dentro do carro lá me decidi a sair. Já era uma eternidade a adiar o que vinha a seguir e como sou moça de aventuras, lá meti ordem no galinheiro! " Tudo fora do carro! " disse eu com ar de má ( o que não é fácil para mim este feito) . O amigo saiu mas ele continuou morto . Sem pensar duas vezes, abri a porta e puxei-o pelas pernas. Ou sais a bem ou a mal meu companheiro! Ele , sempre a reclamar lá saiu.
Pensei duas vezes em enfiar-me no carro e dar à sola! Mas nenhuma dessas vezes me puxou mais que a opção de continuar este " jogo" . Segui com eles , cheguei à porta e já o Bunny tinha escapado para a sua toca. Fiquei especada à porta e o amigo mandou-me entrar. Continuei à porta . Entre todo o caminho, do carro a casa dele, eu ouvi algo do tipo " hoje não me apanhas, nãão" . Ora, que boa frase de engate que dali saiu! Retomando à entrada, lá tava eu . Sinceramente não me recordo se eu entrei por curiosidade ou entrei porque alguém me chamou. O que é certo é que eu entrei e de repente sai o Bunny aos berros porque tinha confundido um cobertor em cima da cadeira com uma pessoa sentada. "Ai Amélie Amélie, no que te vieste enfiar moça" pensava eu a suspirar. Entrei no quarto e liguei a luz. Dobrei o cobertor , só para dar o ar de que salvei a pátria ( só que não) . Quando dei por mim estava trancada dentro do quarto dele .
" Nem penses que dormes comigo hoje" disse ele imponente , como rei da corte! " Eu estou aqui porque tentei salvar-te, qualquer que seja o dano que isto cause, tu és o culpado e eu a princesa inocente!" . Mandei a mão à porta ees tava mesmo trancada. O amigo dele , entre todas as malandrices de bêbado como acordar a irmã que dormia com o colega de casa dele para eu lhe dizer Olá , trancou-nos ali no quarto segundo ele para divagar o amor entre a população. Bem, visto estar eu aprisionada sentei-me no chão.
" Vais dormir ai? " disse ele admirado enquanto sentado na cama tipo boneco a olhar para mim. " Não me queres a dormir ao teu lado, estou trancada e o teu quarto está uma feira autêntica. Queres que fique onde? Dentro do armário?" Sempre fui irónica, e aquele era o momento exacto para  o ser, evitando que me desse a breca lá dentro. Seguiu-se uns minutos de silêncio enquanto eu olhava para o quarto e ele seguia-me com o olhar.  " Não vais mesmo ficar aí pois não? " disse ele, já deitado e com a cabeça enfiada na almofada. " Anda lá, anda para a minha beira" . Nossa, que gente indecisa! Eu aqui muito bem comportada , não me caísse
 o mundo em cima e é isto. Levantei-me , tirei os meus sapatos e tirei os dele, que se deitou assim como tinha vindo. Deitei-me na cam... AW AW nop! Sentei-me nos pés da cama e fiquei ali com as pernas em cima das dele, à patrão mesmo!
" A sério ? Tu vais mesmo ficar ai?" sempre admirado com cada passo que eu dava. "Sim vou! Eu descanso e assim que possa dou de frosques e tu dormes descansado sem medo que eu te viole. Queres melhor?" . Cada vez mais eu entrava no jogo e cada vez mais ele mordia o isco. Homens são como peixe, morrem pela boca ! Não tardou até eu cair no sono, ali sentada! Quando acordava era porque o amigo dele resolvia vir molestar-nos com a sua bebedeira e eu levantava-me para o escurraçar , porque o Bunny só se ria e reclamava ao mesmo tempo! Depois de me certificar que a chave do quarto estava escondida e que o amigo tava a dormir , voltei ao meu posto. "A sério que vais voltar ai ?" dizia ele. " Não dormes tu? Foda-se moço, dorme mas é!" respondi eu , ainda a pensar o que fazer.
 Uma rapariga até curte um rapaz. Mas nem sequer o conhece para saber da sua personalidade e bondade. Mas ele é giro, é sexy à sua maneira e very cute. Vai ou não vai? Era o meu pensamento naquele momento. " Fico ou não fico?" continuava eu a tentar decidir! . É claro que fiquei, senão esta história não tinha piada nenhuma! Entre os meus pensamentos , "acordo" com ele a sentar-se ao meu lado. " Tu dormes assim? Eu durmo assim também!" e ficou a olhar para mim. " ´Pára de me mandar esse olhar de Teddy-urso!" dizia eu baixinho . Acabamos por adormecer mas não tardou a ele me puxar e cairmos os dois de cabeça na cama . Entre tudo isto eu , acordando sobressaltada caio da cama ( como podem ver, há sempre cabeçadas e coisas bruscas nas minhas aventuras!) . Revoltada levantei-me e discursei ,passando-me!
" Eu vim aqui, levei com o teu amigo durante 2 horas quase! Trago-te ao quarto, salvo-nos das garras do teu amigo possuido pela bebida , tento ser flirty mas sem ser evasiva contigo e agora acabo no chão ! Isto tudo depois de dizeres que não me querias mais ver à frente por sentires algo que não queres sentir! Tou farta, f-a-r-t-a ! Quem achas que sou eu ? Uma gaja que vai aguentar as tuas merdas? Meu amigo , neste momento estás nas minhas mãos e eu digo-te mais! Tu vais chegar-te para a parede e eu vou dormir ao teu lado! Não quero saber se a cama é apertada! Eu vou dormir e amanhã vou sair e bazar daqui!E só não saiu agora porque tá montes de frio e muito escuro lá fora! " . Levantei-o, puxei a roupa da cama para trás e mandei-o para cima da cama. Tirei-lhe o relógio e o telemovel dos bolsos e pus na mesinha de cabeceira. Deitei-me e só disse" pouco barulho, i need my beaty sleep! " . Durante quinze minutos senti a liderança no ar, comigo ali imponente e ele com beicinho contrariado. Quinze minutos até ... ele me virar para o lado dele. " Tá frio, abraça-me" ." Não." " Mas por favoooor" , "Não". Homem decidido, acabei debaixo dos braços dele num abracinho profundo. Voltamos ao bebé a dormir , como da última vez. Depois de um " Não me faças isto , por amor à santa!" vindo da minha parte lá rolou. Eu não tenho culpa que tenha nascido com um gene que me faça ter vontades infinitas com rapazes do estilo do bunny. Todo ele encaixa no perfil de rapaz que sempre tracei na minha cabeça , se estava ali presa olha. Eu hesitava, mas o tango dançasse a dois. Volta e meia decidi-me e voltei-me para dormir." Deixa-me dormir , depois quando acordarmos falamos". Entre mais uma ou duas tentativas dele, lá adormecemos .
Chegou a manhã e ele acordou-me. " Tás branca" disse ele espantado . " Sabes meu caro, dizem que a melhor cura para a ressaca é um bom trabalhinho a dois na cama.Falhaste o teu papel, agora estou a morrer." E realmente tava. Branca que nem cal, via as coisas um pouco tremidas e não sentia o meu estômago nada bem e para alem disto, as minhas lentes estavam coladas aos olhos . Realmente aquela semana tava a ser dose para mim e nem dormir nem comer fiz em condições. " Queres que eu te trate da saúde a bem ou a mal?". Nem olhei para ele, mas imagino a cara dele a dizer isto. Ri-me, muito mesmo. Sinceramente, ri-me com todas as forças que tinha e acabei por fechar os olhos para tentar recuperar. Escusado será dizer que realmente ele tratou-me da saúde...a mal ! Weeeweee ! Dirty Bunny!  Por saber de que laia são feitos os homens, eu tratei de lhe demonstrar a minha gratidão no pescoço. Mais à frente vão perceber porquê !
O telemóvel toca . De repente todo o mundo se lembra de mim e não tarda estou em sarilhos. Sabem quando o mundo cai uma vez e depois caem mais alguns vidrinhos que ficaram presos? Pois. O mundo ruia para mim lá fora , mas eu continuava deitada ali, na barriga dele a olhar o tecto. Levantei-me, encaro melhor os problemas quando estou de pé. " Vais embora?" perguntou ele.  " Tu querias?" " Tu é que sabes" . Tau, lá estava ele a começar o remate final. Sai para atender uma chamada, levei a manta dele em cima de mim. Quando entrei sentei-me ao lado dele. " Vou ter que ir embora...agora . Tou com imensa pressa. Eu não sei bem o que se passou aqui mas..." Enquanto me calçava recitava isto. Da parte dele ouvi um " O que se passou aqui não se devia ter passado. Desculpa, mas continuo com a mesma lenga-lenga miúda. Continua a tua vida". Olhei para ele, pensava ele o quê ? Que eu era uma eterna apaixonada por ele? Ainda por cima com pressa ! Pedi-lhe que depois falassemos com calma porque tinha mesmo que sair. Respondeu-me que nada havia a falar e que gostava de mim mas precisava de tempo para digerir. Eu continuava sem perceber mas vesti o casaco, dei-lhe um beijo na testa e disse-lhe " Até qualquer dia fluffy enemy , cuida-te e dá noticias . " . Sai pela porta fora e fui resolver a minha vida. Ele naquele momento era o menor dos meus problemas sinceramente e apesar de persentir que seria a última vez que o veria em algum tempo segui de cabeça firme. Porque lembram-se da linda demonstração de amor que deixei no pescoço dele? Pois, durante uns bons dias ele viu-se ao espelho certamente e disse " Bolas, aquela miúda" , porque um bom trabalho deixa sempre marcas !

E assim foi, a minha história com Bunny. Durante algum tempo não o vi, ele não aceitou o meu pedido de amizade nem deu noticias. Mas o meu sexto sentido diz que esta história ainda vai ter pano para mangas!

sábado, 9 de agosto de 2014

A saga do Bunny parte III

Se há coisa que sempre fui , foi teimosa. Admiro quem me atura, porque sei bem que o meu nível de  teimosia é over 9000 . O que sucedeu ao post anterior passou-se no dia a seguir,por isso segurem-se e situem-se no tempo fachabor !
Escusado será dizer que passei o dia a seguir a rogar pragas ao Bunny . A única coisa que tinha 100% de memória era dele a julgar-me .  Nem sabia mesmo quem era o amigo dele , só tinha a certeza que era mais baixo que eu  ( no not judge me please) . Além disso, quem era ele para me julgar? Manda-me dar uma volta mas depois vem com julgamentos por ter escorregado acidentalmente no rapaz? Mas nada que me abatesse , então . Noite , lá andava eu novamente ! Aqui a amiga é festeira e não dispensa também uma boa banda portuguesa por isso lá peguei nas sapatilhas e bora lá para a Semana Académica amigos!
A certa altura, estando eu a fazer papel de madrinha exemplar , a tomar conta do meu afilhado-guardião que já andava a ver linhas tortas, heis que aparece um rapaz um pouco mais baixo que eu , de camisa aos quadrados e por lá a rabiar com um gorro russo ( daqueles todos peludos e engraçados) a dançar . Eu rio-me e mando um sussuro ao meu afilhado do tipo " olha-me aquele , haha ainda dizes tu que tás bêbado" ao que ele me responde " Foi o rapaz de ontem madrinha, ontem não te queixaste" . PAROU TUDO! ALTO E PÁRA O BAILE! A pólvora foi descoberta e lá estava o suposto melhor amigo do meu caro amigo morenito, deixa-me dar de frosques, não vá ele lembrar-se de quem eu sou! Mas dizem que as amigas saem sempre juntas, até para ir à casa de banho e então lá estava ele. Ele, a sensualidade ambulante, o Bunny, El morenito , aparece em cena. Sussuro como quem não quer a coisa com o meu afilhado " olha, é aquele é aquele !" e ele abana a cabeça em sinal de " és sempre a mesma tu!" .
Eu , tentando comportar-me para não por aquela cara de " não te quero ver nem barrado com Nutella " , encostada ao balcão a fazer de conta que curtia o som dupstep'oso . O cenário perfeito para a fuga da princesa, não fosse ele vir ter comigo. O afilhado dá um passo para trás , tentando salvar-se do bombardeamento. Eu  não tenho espaço de manobra , estou encostada continuando com a minha pose de " i don't give a fuck" mas por dentro toda contraida. " Nossa nossa nossa!" pensava eu , olhando para o meu afilhado com o maior ar de S.O.S. do mundo.
" Olá." Aquela voz. Aquela voz que eu não temia fez aquilo que eu temia ainda mais , fez-me estremecer. Raiva, surpresa... nem sei bem o que foi aquilo, mas mantive firme e só olhei para ele com o ar mais calmo do mundo . Heis que me dá um beijo na bochecha, na esperança que eu fale. Não falo e ele repete o beijo. E mais um e mais um e pareciamos duas crianças ali, ele a dar-me beijos na cara e eu a fazer birra . " Vou continuar até me falares"  dizia ele , com aquele ar que me enerva de tão fofo ser!
É claro que eu acabei por falar e ele disse que não tava chateado pelo que se passou no dia anterior . " Desculpaaaa? " , foi ai que a porca torceu o rabiosque. É claro que lhe disse umas poucas! Em como ele me me mandou dar uma volta e não voltou a falar , em como ele não quis saber daquilo que eu queria e só se consolou com eu ter satisfeito a vontade dele e não ter mais dado sinais de vida .Sendo assim ele não me tinha que julgar seja pelo que fosse. Expliquei claro, que tava mais para lá do que para cá e nem sabia quem era o rapaz da noite anterior e que nem noção tinha que ele era amigo dele. Durante a nossa conversa lá dentro, eu ouvi umas quatro ou cinco vezes a frase " tu comeste o meu melhor amigo! " , com o mesmo tom da outra vez  ( aquele à Bruno Nogueira) . Continuando numa conversa de treta , ele pára . Pára , fixa-me e puxa-me para fora. " ow shit" só pensava eu.
Decidida a fazer de raposa manhosa naquela noite, deixei que ele me guiasse para fora sem uma única palavra ou atitude de desagrado. Enquanto enfardava um kebab continuava com julgamentos . " Não te quero ver" , " ainda é muito cedo para falarmos" e " tu comeste o meu melhor amigo à minha frente" . Eu perguntei ou disse alguma coisa? Népias, deixei que ele desenrolasse . Dizem que os bêbados dizem sempre a verdade e eu sou como S.Tomé e só acredito vendo. Então porque não tentar sacar nabos do púcaro?
" Mas podes-me dizer no final de contas o que queres de mim? Mandaste-me dar uma volta mas depois queixaste porque me enrolei com o teu melhor amigo . Foram uns beijos, nada mais e na tua boca é como se tivessemos feito um filho. E agora puxas-me para aqui e começas a falar como se tivessemos a acabar uma relação. Nossa, desembucha logo e resolvemos a situação!" A resposta dele não era algo que eu não esperasse, o que eu não esperava era o discurso que veio a seguir.
"O que eu quero? Bem, eu não te quero mais ver à minha frente na minha vida . É isso que quero." Embora já esperasse, gelei. Ninguém gosta de ser assim posto de parte quando não fez nada de mal. Fiz aquele olhar , trinquei o lábio para resistir às lágrimas. Não por ter qualquer sentimento por ele, mas por estar a ser posta como um lixo num canto. Mas afinal fui eu que pedi sinceridade né? Ele fitou-me e disse " Não olhes para mim assim , como se eu tivesse a ser um cabrão por favor." Continuei a olhar para ele, sem me mexer.
Dizem que o olhar é o espelho da alma, pois bem, dizem também que o meu olhar é forte e consegue destruir qualquer coração duro. " Tás a ver porque não te quero à minha frente? O teu olhar prende-me . Tens os olhos mais hipnotizantes que já vi. A tua personalidade ficou-me cravada no peito e neste momento eu não quero isso, de todo. " Gelei ainda mais. Nada fazia sentido agora, não me quer mas ao mesmo tempo ele quer. Homens são confusos e eu mais confusa sou e fico. Ele quer ir embora mas ao¨mesmo tempo não quer,  caminha para a frente mas olhava para trás de vez em quando. Segui-o , sem saber bem o que fazer ou pensar. Quando dei por mim estava perdida no meio das pessoas, na rua. Não o via, nem a ele nem ao amigo. De repente alguém me estende a mão no ar e me chama. Era o amigo dele , o mesmo que me abordou pelo caminho da outra vez. Vou ou não vou? Fuck it, fiz-me a caminho. Quem não arrisca não petisca .
Amigos bêbado que se metem à confiança com o vosso naco de carne, quem não tem? Depois de passar para o outro lado da estrada deparo-me com o Bunny todo colado na parede e o amigo dele sentado com cara de " eheh eu sei quem tu és!" . O rapaz mete conversa. As mesmas perguntas da outra vez e os mesmos argumentos. Sinceramente eu podia fazer uma biografia do amigo do Bunny, só com a informação que ele já me deu duas vezes! Engraçado como poderia fazer isso com ele mas do Bunny não sei quase nada. Dois dedos de conversa e ele sempre à espreita, não fosse eu comer mais um amigo dele né? *UNF UNF*
Volta e meia e não sei o que me deu na cabeça , dou-lhes boleia para casa. Moramos relativamente perto uns dos outros e eu sempre simpática e prestável . Ele entra no carro, desconfiado. Fiz-lhe aquele olhar do " entra e não chies, assim que me vir livre de ti faço uma festa" , penso que foi mais ao menos isto. Chegamos às escadas que dão para a casa deles e eu parei. Silencio absoluto, ninguém sai. Ele deitado no banco a falecer, o amigo no banco da frente a palrar . "Por favor Célia deixa-me em casa , imploro-te " o verbo implorar é o preferido de uma gaja normalmente , logo lá o levei. Paramos em frente à casa dele  . Sairam e foram embora? Nãããão, assim não tinha piada a história! Durante uma hora e até o sol nascer completamente , ninguém saiu do carro. Ele deitado no meu banco de trás, talvez a ressacar e tentar não falecer, o amigo tentava sacar-me informações  aleatórias como "se eu era boa na cama" e " se sacavas o meu amigo e o seu dito melhor amigo na mesma noite" . De vez em quando o Bunny lá ganhava força e reclamava comigo , mas não era efectivo o ataque, because it's my car and you have no power here.
Começou aqui a verdadeira parte da história que vocês todos esperavam...mas que terão que esperar pelo próximo episódio para saber.
MUAHAHAHA *penso eu ao imaginar a vossa cara ao perceberem que ainda vão ter que esperar mais*

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Saga do Bunny : parte II

Antes demais, peço desculpa pela demora deste post. Mas depois de o lerem nem se vão lembrar que o publiquei tarde por isso, continuemos!
___________________________________________________________________________________

Bem, como disse anteriormente, esta história não tinha acabado. Já fazia duas semanas e eu de vez em quando pensava no que teria sido aquilo ainda. Digamos que como não estou habituada a este tipo de coisas,sendo eu uma menina de família, não sabia bem se teria que fazer o meu papel de deprimida e renegada ou continuar a minha vida as well.
Semana académica , vocês sabem! Aquela altura em que o pessoal "solta a franga" e faz tudo o que lhe dá na gana e inconsciente. Até pode ser uma semana de merda , mas há sempre o dia religioso em que toda a gente põe os pés na festa , o dia "D" , o DIA . Como é lógico , refiro-me ao dia do Arraial da Cerveja !  Não há alma que não ponha lá os pés ,a não ser aquelas almas que estão sempre em casa e não têm por conta uma alma festeira ( e que se estão a manifestar com um " olha  a porra da moça!" neste momento , aquando de lerem isto) .
Vagueando eu por lá , avisto-o. A ele e aos supostos amigos, pensando eu . Curiosidade, sempre que o via ele estava com a mesma roupa , vai-se lá chamar coicidência ou destino né? O que é facto é que ele andava lá , mas eu como boa alma festeira nem me importei , andando lá a diambolar por entre toda aquela cerveja. Pingada que nem um pintaínho à chuva, por ter tido o atrevimento de "batizar" com cerveja o Pingu e ter levado com o troco , lá comecei a ficar um bocado para o ... perdida? Perdida seria o termo , não tivesse eu perdido mesmo o rumo em certa altura.
De vez em quando ele lá aparecia ao fundo da minha visão , mas depressa se ocultava entre a multidão! A certa altura, já eu perdida e naquele ponto do " o mundo pode cair, eu tou cá para cair com ele" heis que perco o meu Guardião ! - Sim  , ao decorrer das minhas histórias irão notar que eu estava quase sempre sendo guardada pelo meu afilhado de praxe- quando de repente me dou sozinha." Onde está ele? O que faço? Nossa, estou á deriva , soubesse lá o meu pai e deserdava-me!" pensava eu enquanto dava pequenos passos tentando avistar o meu Guardião .
Sabem aqueles momentos em que tudo se passa? Tipo, "quinze minutos e passam-se bué cenas puto !" , como diria um amigo meu . Pois, agora esses quinze minutos em que a memória é escassa ? Pois pois, só eu né? Se no momento antes andava a dar pequenos passos em direcção a um balcão, no momento asseguir dou por mim muito próxima de alguém que nem eu nem a minha curta memória sabiamos quem era. Próximos, respiração próxima e coisas a mais próximas.  " Ow, tá bué cenas a acontecer amigo, olha ai!" dizia eu a franzir a testa como que diz " tira a pata men!" . Homens adoram mãos marotas, principalmente em cima de partes muito tipicamente femininas e apreciadas. Com sorte ou por desespero de me largar daquela situação que o meu cérebro ainda não estava a assimilar, o moço ainda levou um beijito de brinde, que me valeu a libertação! Assim liberta e pronta para escapar para a realidade , heis que dois olhos desaprovadores aparecem a uns centrimetros de mim. " Oh-oh!" pensava eu ,querendo afastar aquela imagem da minha frente e assimilar que fosse uma visão de bêbada. Sim era ele. Eu ali , pingada de cerveja , com o cabelo mais horrível que podem ter memória se envolvermos cabelos com cerveja , sapatilhas imundas e um rapaz a tentar segurar-me o braço para eu não escapar e ele ali... a mirar-me com desaprovação total .
Como em todas as cenas de terror , uma imagem destas vem sempre com uma little talk que se assemelhou a algo do tipo ( aquilo que a memória me permite ir buscar) :
-  Ora boas !- disse ele desaprovando -  tou a ver que já conheceste o meu amigo  .
 Eu , como respondona que sou e sem saber o que se passava respondi - eu não fiz nada, tou totalmente inocente do que quer que seja que vá na tua mente neste momento!
 Ele ainda desconfiado e cheio de razão respondeu-  Bem...tou a ver
 Começando a ter uma ideia do que se passava ali digo -  bem, mas quê? Já queres conversar agora?-
Ao que ele responde grosseiramente - Parece-me que a tua conversa vai ser outra mas é com o meu amigo .
 Bem, depois disto fui-me embora. Mulher que é mulher não se rebaixa! Não vim eu para ali para ser humilhada por alguém que devia ter a pila aos saltos ou algo do género.  Para trás festa, para trás Bunny, para trás amigo do Bunny que tem mãos marotas. Revoltada com homens e sem querer ver aquele pedaço de sensualidade ambulante à frente subi toda a cidade, para casa.  O dia que se seguiu foi algo do género e, eu revoltada e a pensar que nunca mais aquele pokemón me punha as mãos em cima, nem que viesse ele vestido SÓ de bata !
Acabou por aqui esta história? Aw, queriam ! Meus amigos , segurem-se até chegar o próximo post !
( que sairá em breve, prometo!) 

sábado, 12 de julho de 2014

Saga do Bunny : parte I

Devem-se questionar como é que de menina sossegada virei forasteira e coração-solto-sem-lei. Pois bem, preparem lá a rabinho na cadeira.
Estão a ver aquele clique que dá nas nossas vidas de vez em quando e torna o mundo num sitio horrível? As típicas noites em que o Mundo te cai em cima e não sabes para onde te virar? Pois, era uma dessas noites. E no meio de toda aquela entropia que era a minha vida , onde o relógio marcava perto das 4 da manhã, eu conheço-o. Vamos dar-lhe um nome, vamos chamar-lhe Bunny. Bunny apareceu do nada naquela noite e foi-me apresentado por um amigo, que na tentativa de se livrar de mim nessa noite me pediu para o levar a casa . Na verdade tive mesmo que o levar, tal era o estado dele relativamente a álcool. Foi um longo caminho até casa , se não tivesse tão cansada juraria que tinha dado duas voltas à cidade para o deixar numa casa que ficava a 15 minutos do local onde nos conhecemos. Como sossegada e sempre a achar que devo ajudar o próximo lá levei o rapaz até à porta de casa. Assim o deixei à porta do prédio e virei a esquina a pensar " nossa , mais dez minutos e enterro-me na casa, encerrando este dia de merda " até que oiço aquela voz que todo o caminho me disse que eu era de Erasmus e que nunca me tinha visto pela cidade , a praguejar " eu não consigo abrir a poooorta" (Para que consigam imaginar melhor isto, a voz dele bêbada  assemelha-se à voz do Bruno Nogueira num episódio do último a sair ). Respirei fundo e fui-lhe abrir a porta , subindo com ele na esperança que ele conseguisse abrir a de casa. Não conseguiu, e lá tive que ir abrir a porta.
Sempre com os princípios de menina de família e bem comportada , fiquei à porta do apartamento dele . Sempre fui uma boa observadora e em território desconhecido como aquele , tive que pôr em prática essa minha parte astuta. Ele entrou no quarto e meio a desfalecer caminhou até meio do corredor e disse para eu entrar. Recusei durante três segundos , mas novamente como menina que faz o bem queria certificar-me que ele ia acordar na cama e não na banheira. Entrei e fui directa ao quarto, para onde ele me guiava.  Dou dois passos para dentro e heis que ele se manda em estilo de mergulho para a cama. Com roupa, sem desviar os lençóis e calçado. O meu trabalho ali estava feito , time to go home, pensava eu. PENSAVA , digo eu bem. Ia a sair sorrateira e oiço uma voz vinda do meio de uma almofada a dizer " oh fica aqui, não vás embora" . " Não vou onde?Eu quero a minha caminha amigo, my home ya?  " perguntei eu ainda a tentar mandar embora o meu pensamento inocente de praticar o bem. Escusado será dizer que com meia dúzia de palavras ele me convenceu a ficar, até porque era de madrugada e eu realmente estava morta a todos os níveis. Sentei-me no puff dele e puxei uma manta observando-o a morrer com a cabeça enterrada na almofada. Sinceramente não sabia se havia de rir ou chorar. A noite foi estranha, aquilo mais estranho foi . E agora eu estava ali , na casa de alguém que tinha conhecido à uma hora e qualquer coisa e que agora estava numa espécie de ritual de pré-sono-alcoolizado. Fui "acordada" deste pensamento com o olhar curioso dele. Outrora com a cabeça enfiada na almofada, agora ele tinha um olho espreitando por mim. " Vais ficar ai a noite toda?" pergunta pertinente naquele momento, não tava com muitas intenções de estar perto dele , sabia lá se iria acordar sem um rim! Escusado será dizer que a minha faceta de gaja difícil não durou muito e lá me arrisquei a ficar sem um rim.
Como a minha missão de salvar o rapaz teve um extra, resolvi que iria ao menos compensar tal simpatia e descalcei-o . Descalcei-o, obriguei-o a levantar-se para puxar os edredons e depois lá o ajeitei para cabermos os dois. Sabem aquelas coisas irónicas que acontecem na vida? Pois é. Todas as pessoas que conheço nesta cidade têm camas grandes, de casal ou de solteiro, mas sempre espaçosas. Ironia ironia, a cama era minúscula, mas mesmo assim consegui deitar-me sem ter que estar encostada a ele. Quase via o chão com zoom, mas valores são valores e eu queria sair viva daquele quarto.  Vira aqui, vira ali, ainda a pensar no que se tinha passado na noite até o conhecer  e realmente quase que vejo o chão com zoom. Simpatia ou plano, ele lá me puxou para junto dele . Mas valores não dão miminhos nem consolam uma moça que tinha acabado de ver a sua vida social e emocional ser fechada com uma cortina preta. Agarrar para não cair, abraçar-me porque tinha frio. Algumas mãos marotas e pronto, valores um pouco abaixo. Não pensem já coisas! Qualquer moça gosta de dormir quentinha e abraçadinha , mas não precisamos de intimidades tão...intimas como isso que devem pensar. Não que eu tivesse que impedir algo, sejamos sinceros, porque nem o precisei de fazer. Homens com álcool , uma mulher e uma cama nunca dão bom resultado a não ser que a gaja o queira realmente com toda a sua alma. Chamem-lhe cansaço ou incapacidade dos homens, mas nada passou de mãos marotas e alguma roupa fora do sítio por quase-morte-masculina .
 Depois de muito reboliço incentivado por mim para ele não adormecer, ele cai num sono profundo . Só ai reparei realmente naquilo que tinha trazido a casa. " Nada mau miúda" pensei eu, de vez em quando também tenho pensamentos de conquista como alguns homens. Moreno e alto. Nada magricelas, porque mulher que é mulher gosta de agarrar a chicha ( como diria a minha avó) e aquecer-se no Inverno. Sem sentimentalismos , parecia um puto agarrado ao braço da mãe a dormitar. Uma carinha angelical , que nenhum mal do mundo daria vontade de esbofetear. Olhei ao redor e pensei " quarto de engenheiro, não falha". Havia quadros de cidades famosas pela parede e post its com formulas de termodinâmica e física quântica. Havia cadernos e livros de cálculo organizados numa estante e todo o quarto estava bem arrumado. O candeeiro continuava ligado e o meu telemóvel perdido algures nos lençóis.  Portanto, um cenário simpático pensei eu .  Decidi dormitar até ele acordar e ver o que viria a seguir.
Coisas que me irritam? Janelas que em vez de persianas têm portadas que deixam o sol entrar de manhã. Assim acordei eu sobressaltada, com um raio de sol mesmo no meio dos olhos ! Com jeitinho lá o consegui fazer largar-me sem acordar . Esperei que o colega de casa dele saísse , embrulhei-me num casaco dele e fui desbravar mato pela casa fora. Toda a casa estava destruída, cozinha toda imunda e corredor com coisas partidas. Sinceramente não me lembro bem de tar assim quando entrei mas já deveria estar. Entro na casa de banho e saio imediatamente. Fui puxada pelo meu lado feminino e de dona de casa ao deparar-me com uma casa de banho mais desarrumada e suja de vomito mais escandalosa do que as das Semanas Académicas.  Voltei ao quarto, onde realmente me sentia mais segura perante aquela casa estranha. Tentei enfiar-me na cama sem fazer alarido , sem êxito , pois quando me virei para me posicionar como se nada se tivesse passado ele acorda. Quando vejo os olhos abertos dele tão perto de mim , mil e quinhentas merdas me passam pela cabeça. Uma das quais óbvia  : será que ele se lembra de mim?
" Claro que me lembro de ti! Trouxeste-me a casa e depois eu pedi para que ficasses, sabia-se lá se não eras raptada ou algo do género" respondeu ele, já com uma voz de pessoa a sério e não garinizé bêbado. Posso ser muito difícil e teimosa no que toca a flirts, mas uma coisa nunca falha e ele soube-me ler muito bem. Bastou um " foda-se, ontem quando olhei para os teus olhos achei que estava realmente bêbado mas agora que olho vejo que são realmente lindos e hipnotizantes" e foi o que bastou para acabar o que na noite anterior tinha ficado a meio por quase-óbito dele.
Há coisas muito boas, mas eu sou uma pessoa extremamente responsável e ocupada e tinha autocarro para apanhar para ir para casa. Depois de muito tempo e tentativa de adiar o bilhete lá consegui sair das garras dele. Se a minha vontade era aquela ? Claro que não! Por ele eu ficava lá o fim de semana , mas eu como eterna menina do papá só dou prioridade a um Homem na minha vida . Mas mulheres gostam de mimos, mulheres gostam de se sentir amadas ou em ultimo caso sentirem-se seguras. Lá sai com a promessa de voltar lá assim que chegasse de viagem. Sai a correr para apanhar o autocarro. Deixei um anel e perdi as chaves de casa pelo caminho , tal era a pressa. Fui a correr atrás do autocarro e fui a viagem toda a dividir a minha cabeça com   a noite confusa da minha vida e o que se passou naquelas paredes.
 Homens pensam quando não devem e assim o pensam demais. Fui lá mal que cheguei à cidade do crime , mas em duas semanas nunca mais o vi. Em duas semanas , leram bem , porque não ficou por aqui.


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Prefácio .

E de repente a pessoa com mais desamores e tranquilidade na vida vira personagem de uma vida quase-amorosa que dava para escrever uma bíblia. Noites com fins não destinados, encontros nas cozinhas e paciência santa de terceiros. O dia-a-dia de uma rapariga que já tinha idade para ter juízo, mas em vez disso parece que tem um coração com espaço para amar metade do mundo. 
Turbilhoso demais para ser aberto ao mundo com nome próprio, bom demais para deixar escondido no baú. 
Assim , a pedido de várias famílias , o My days as a girly stallion nasce . Mais para rir do que para chorar, porque se chorasse sobre os desamores do Mundo a esta hora teria o Rio Tejo aos pés e estaria sentadinha numa canoa a remar. Sem espaço para julgamentos nem tempo para reflexões, esta sou eu na versão garanhona que nunca em 22 anos de vida julguei ter dentro de mim.

                                                                                                                
                                                                                                             With love, Amélie